domingo, 7 de outubro de 2012

I

Me sinto meio estranho voltando a escrever aqui. Talvez não dure muito, como a maioria das minhas ideias que dependem apenas da minha força de vontade. De qualquer forma, sinto que preciso disso. 

Sempre achei a ideia de fluxo de pensamento algo meio auto-indulgente, meio chato com quem tá lendo. Acho que é por isso que nunca curti muito Kerouac, por exemplo. De qualquer forma, há algo de libertador em poder escrever sem se preocupar em agradar alguém, por mais contraditório que isso soe, já que agora mesmo me preocupo em tornar esse texto compreensível e gramaticalmente correto. Devo falhar miseravelmente, mas vale a tentativa. 

Enquanto escrevo, são 4 da manhã e tenho um mundo de preocupações me esperando ao acordar, mas por mais que nada de relevante surja daqui, sinto que me fará bem a experiência. E veja bem, ao chegar no terceiro parágrafo, já não me lembro bem o motivo pelo qual quis começar. Não que eu me importe, na verdade.
Não que em algum momento eu tenha me importado.

Enfim. Não sou o mais refinado ou poético dos escritores. Nem poderia, na verdade. Sinto que o velho Buck mandaria eu me foder se assim fosse, além de fugir à ideia central, se é que há uma. 

É, acreditei que sairia algo mais profundo disso, mas também achava muitas coisas. Achava que Brasília seria maior, que o ar seco e rarefeito fosse só um questão de clima, e não uma metáfora tão eficaz com relação ao que essa cidade faz contigo depois de um tempo. 

Preciso de um ar. Ou de novos ares.

Ouvindo: Tom Waits - Kiss Me 



Nenhum comentário:

Postar um comentário